Seminário “Contar, descrever e administrar populações coloniais. Império português, sécs. XVIII-XIX”

Seminário “Contar, descrever e administrar populações coloniais. Império português, sécs. XVIII-XIX”

4 de Maio de 2015, FCSH (Edifício I&D, sala 0.06)

O CEDIS, através do seu grupo “O Direito na História: agentes, categorias e representações“, associa-se ao CHAM na organização deste evento, por conta do Projeto: “População e Império. A demografia e os processos estatísticos no Ultramar português, 1776-1875 (COLDEMO)”.

Este projeto visa estudar os padrões demográficos em Cabo Verde, Guiné, São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique, Índia Portuguesa (1776-1875), Brasil (1776-1822) e Madeira e Açores (1776-1834). Os objectivos são quantificar: i) taxas de crescimento populacional, divisões territoriais e taxas de urbanização; ii) estruturas populacionais (sócioocupacionais, composição étnica e religiosa, população activa e grupos etários); e, iii) comportamentos demográficos (nascimentos, mortes e ta xas de migração). A apropriação dos espaços do Império português por meio da contagem das suas populações foi uma prática comum, que se intensificou e ganhou novos contornos a partir do século XVIII.

Neste encontro, em que participarão, pelo CEDIS, os Professores Doutores António Manuel Hespanha e Cristina Nogueira da Silva, e ainda o Doutorando Luís Cabral de Oliveira, refletir-se-á sobre as conjunturas que acompanharam esta intensificação, bem como sobre a edificação de estruturas burocráticas e administrativas que enquadraram e facilitaram aquela apropriação. Serão também discutidas as modalidades de descrição e classificação das populações coloniais, não somente nos “mapas da população” que se multiplicaram ao longo da cronologia aqui considerada, mas também em outros dispositivos (como as Constituições, ou os testamentos) ou tendo em vista outros fins, como o recrutamento de populações para trabalhar nas obras públicas ou para o cálculo do número de “deputados ultramarinos” às Cortes. Será ainda objecto de discussão a contraposição – ou complementaridade – entre uma história das “representações” (neste caso, das populações coloniais), ou uma história da “realidade demográfica” do Império, obtida a partir do tratamento massivo de dados estatísticos.

 

Resumo das comunicações a apresentar:
ABSTRACTS_Seminário

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